Seis servidores efetivos investigados por suspeita de fraude em licitações na SSP-GO foram afastados do serviço público. (Foto: divulgação/PC)
Investigações apontam direcionamento para empresa que entre 2013 e 2018 prestou vários serviços ao estado, com valores que ultrapassaram R$ 50 milhões
Seis servidores efetivos investigados por suspeita de fraude em licitações na Secretaria da Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) foram afastados do serviço público. Segundo a Polícia Civil, os investigados, que estavam à disposição da pasta, teriam direcionado duas licitações para uma empresa que faturou R$ 55 milhões com a locação de câmeras de última geração e outros equipamentos ao estado. Os contratos investigados tiveram vigência entre 2013 e 2018.
A apuração feita pela Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor) teve início em 2020 e colheu indícios de que um servidor efetivo direcionou a contratação de uma empresa que cobrou valor bem superior para instalar câmeras, manutenção e equipamentos de segurança. Conforme a apuração, o homem chegou a emitir pareceres e até laudos jurídicos que desqualificavam os demais concorrentes.
De acordo com a Polícia Civil, o investigado ocupava o cargo de gerente de Informática, Tecnologia e Telecomunicações da SSP até hoje.
Suspeita de fraude em licitações na SSP-GO: gerente teve ajuda de cinco servidores para cometer os crimes
As investigações apontam ainda que o referido gerente, que não teve o nome divulgado, teria contado com a ajuda de outros cinco servidores efetivos, que também trabalham na SSP, para fraudar pelo menos 20 licitações.
Inicialmente, a empresa favorecida com as licitações faturou R$ 48 milhões com a locação de 500 câmeras e depois mais R$ 7 milhões com a instalação, o fornecimento de cabos e outros equipamentos.
Dono de empresa já foi investigado em outra operação
Apesar de não divulgar nomes dos investigados, o delegado afirmou que o dono da empresa que ganhou as licitações de forma fraudulenta já foi investigado em outra operação desencadeada há dois anos também pela Deccor. Dos 13 mandados de busca e apreensão cumpridos hoje, sete foram na empresa e em imóveis do proprietário, além de seis sócios ou funcionários dele.
A empresa investigada também está proibida de participar de novas licitações ou de realizar qualquer contrato com órgãos públicos.
De acordo com o titular da Deccor, essa empresa já não presta mais serviços ao Governo de Goiás desde 2018. Ele disse ainda que poderá, ao final das investigações, solicitar a prisão preventiva dos 13 investigados.
