EUA pressionaram parceiros comerciais a banirem os equipamentos da Huawei, empresa chinesa está na dianteira da nova tecnologia. Já a China diz que o interesse dos americanos é minar o seu crescimento tecnológico.
Os chineses negam as acusações e dizem que o interesse dos americanos é minar o crescimento tecnológico chinês.
Entenda abaixo:
As acusações dos EUA
Em maio de 2019, o então presidente dos EUA, Donald Trump, assinou um decreto estabelecendo emergência nacional e impedindo as empresas do país de usarem equipamentos de telecomunicações produzidos por empresas que representem risco à segurança nacional. O governo dele também adicionou a Huawei à lista de proibição comercial dos EUA em 2019.
Embora a Huawei seja uma empresa privada, uma lei de segurança aprovada pela China em 2017 permite, em tese, que o governo de Pequim exija dados de companhias, caso a necessidade seja classificada como importante para soberania chinesa.
Esse é um dos argumentos dos americanos, que disseram que haviam provas de que a companhia chinesa poderia acessar redes de clientes, mas não as apresentou.
A companhia foi barrada na Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Reino Unido – países que fazem parte do grupo “Five Eyes” (Cinco Olhos), com o qual os EUA mantêm relações de cooperação estreitas em inteligência.
Outros países também seguiram as recomendações de não trabalhar com a Huawei, como França, Japão, Polônia, Romênia e Suécia (país da Ericsson rival direta da Huawei).
Como os EUA não comprovaram suas alegações, não ficou claro quais dados a Huawei poderia coletar ou como isso representaria um risco concreto para usuários.
O que diz a China
A China nega as acusações e diz que o interesse dos EUA é minar o crescimento tecnológico chinês, que vem avançando e fazendo frente aos americanos.
A Huawei também nega que seus equipamentos sejam vulneráveis e que compartilharia informações com o governo chinês. Um diretor da Huawei afirmou em setembro passado que a empresa revelaria detalhes de sua tecnologia para mostrar que é segura, mas a promessa não se concretizou ainda.
Como ficou no Brasil
O edital do 5G não vetou Huawei no Brasil, nem qualquer outra empresa de infraestrutura e tecnologia. Hoje, esse mercado conta com outras duas concorrentes: a sueca Ericsson, a finlandesa Nokia.
No Brasil, como em diversos países do mundo, a rede de 4G conta com tecnologia dessas três empresas.
Para atender a um pedido do presidente Jair Bolsonaro, que se colocou contra o uso de equipamentos da Huawei nas redes do governo, o Ministério das Comunicações incluiu no edital do 5G a obrigação da construção de uma rede privativa de comunicação em Brasília.
Ainda não se sabe como será imposta a restrição à Huawei, já que o edital é focado apenas na licitação das faixas de frequência, que serão adquiridas pelas operadoras.
Depois, as empresas de telefonia vão comprar os equipamentos necessários para fornecer a nova geração de internet móvel aos seus clientes.
Uma nova portaria deve ser editada pelo Ministério das Comunicações trazendo requisitos funcionais mínimos para a instalação da rede privativa da administração federal, segundo informou o secretário de Telecomunicações, Artur Coimbra.
Em janeiro, o governo editou uma portaria com algumas diretrizes para esse rede privativa. Entre as diretrizes, está um parágrafo que diz que deverão ser utilizados “equipamentos projetados, desenvolvidos, fabricados ou fornecidos por empresas que observem padrões de governança corporativa compatíveis com os exigidos no mercado acionário brasileiro”.

